“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”.
(Frase atribuída a Paul Joseph
Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler na Alemanha Nazista.)
Nos últimos meses, fake
news se tornaram manchetes na imprensa.
Mas quais são realmente as implicações desse fenômeno?
Ao usar a imprensa para averiguar
o que a própria imprensa publica, se cai dentro de um paradoxo descrito pelo
filósofo Ludwig Wittgenstein na sua obra “Investigações Filosóficas”: “como se alguém comprasse vários exemplares
de um jornal para se assegurar de que o jornal diz a verdade.”
Aponto a leitura de um texto do
filósofo e professor Bento Prado Junior, na qual ele levanta uma reflexão
interessante no seu artigo: Não dizer a
verdade equivale a mentir?
A pós-modernidade traz um cenário
de um espetáculo, o que dentro das ciências humanas chamamos de “sociedade do
espetáculo”, onde há uma separação entre o mundo real do mundo representado
pelo espetáculo.
Este mundo, recria uma realidade
melhor do que a realidade em si, algo que o pensador francês Jean Baudrillard
chama de “simulacro”. Segundo Baudrillard, vivemos em uma era cujos
símbolos têm mais peso e mais força do que a própria realidade. Desse fenômeno
surgem os simulacros, simulações malfeitas do real que, contraditoriamente, são
mais atraentes ao espectador do que o próprio objeto reproduzido. O que
acontece, por exemplo, quando assistirmos a um show e a um jogo pela televisão,
temos imagens e ângulos melhores do que fossemos ver no lugar do evento.
Outro francês, Guy Debord, afirma
que essa falsa realidade gera uma contrapartida selvagem, por ele nominado de boato.
“No início, o boato foi supersticioso,
ingênuo, autointoxicado. Mas, em nosso tempo, a vigilância começou a infiltrar
na população pessoas suscetíveis de lançar, ao primeiro sinal, os boatos que
lhe convêm. É a aplicação prática de uma teoria formulada há anos, cuja origem
está na sociologia norte-americana da publicidade: a teoria dos indivíduos
chamados "locomotivas", isto é, que são seguidos e imitados pelos
outros do mesmo meio; desta vez, passando do espontâneo ao praticado".
Assim, celebridades, possuem uma
mesma função, embora o nome tenha mudado. Sendo que agora, há uma massiva
distribuição das falsas notícias que, infelizmente, beneficiam poucos e prejudicam
muitos.
Como já denunciava Belchior: “A minha alucinação é suportar o dia a dia,
e meu delírio é a experiência com coisas reais." Fazendo um apelo para a veracidade das
informações e uma vivência da realidade.
Compilado por Ítalo Colares.


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