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Nordestino que ama a terra onde pisa e a cidade onde nasceu. Eclético por formação e escolhas. Sempre buscando uma ideologia para viver, não para se apegar como verdade absoluta, apenas para viver... Um ser que valoriza a vida humana em sua plenitude.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Uma reflexão sobre fake news.


“Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”.
(Frase atribuída a Paul Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler na Alemanha Nazista.)

Nos últimos meses, fake news se tornaram manchetes na imprensa.  Mas quais são realmente as implicações desse fenômeno?

Ao usar a imprensa para averiguar o que a própria imprensa publica, se cai dentro de um paradoxo descrito pelo filósofo Ludwig Wittgenstein na sua obra “Investigações Filosóficas”: “como se alguém comprasse vários exemplares de um jornal para se assegurar de que o jornal diz a verdade.”
Aponto a leitura de um texto do filósofo e professor Bento Prado Junior, na qual ele levanta uma reflexão interessante no seu artigo: Não dizer a verdade equivale a mentir?

A pós-modernidade traz um cenário de um espetáculo, o que dentro das ciências humanas chamamos de “sociedade do espetáculo”, onde há uma separação entre o mundo real do mundo representado pelo espetáculo.

Este mundo, recria uma realidade melhor do que a realidade em si, algo que o pensador francês Jean Baudrillard chama de “simulacro”. Segundo Baudrillard, vivemos em uma era cujos símbolos têm mais peso e mais força do que a própria realidade. Desse fenômeno surgem os simulacros, simulações malfeitas do real que, contraditoriamente, são mais atraentes ao espectador do que o próprio objeto reproduzido. O que acontece, por exemplo, quando assistirmos a um show e a um jogo pela televisão, temos imagens e ângulos melhores do que fossemos ver no lugar do evento.   

Outro francês, Guy Debord, afirma que essa falsa realidade gera uma contrapartida selvagem, por ele nominado de boato. “No início, o boato foi supersticioso, ingênuo, autointoxicado. Mas, em nosso tempo, a vigilância começou a infiltrar na população pessoas suscetíveis de lançar, ao primeiro sinal, os boatos que lhe convêm. É a aplicação prática de uma teoria formulada há anos, cuja origem está na sociologia norte-americana da publicidade: a teoria dos indivíduos chamados "locomotivas", isto é, que são seguidos e imitados pelos outros do mesmo meio; desta vez, passando do espontâneo ao praticado".

Assim, celebridades, possuem uma mesma função, embora o nome tenha mudado. Sendo que agora, há uma massiva distribuição das falsas notícias que, infelizmente, beneficiam poucos e prejudicam muitos.

Como já denunciava Belchior: “A minha alucinação é suportar o dia a dia, e meu delírio é a experiência com coisas reais."  Fazendo um apelo para a veracidade das informações e uma vivência da realidade.

Compilado por Ítalo Colares.

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