“Quando o SENHOR trouxe
do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham.”
Salmos
126:1
Nesse período de quarentena em que fomos
submetidos, tive a oportunidade de rever muitas coisas. Entre elas, minhas
leituras espirituais e minhas reflexões sob uma perspectiva cristã.
O primeiro texto que li
foi esse do livro de Salmos. E como achei pertinente para nossos dias. Aqui
estamos falando de um período em que o povo de Israel celebrava a liberdade
depois do cativeiro babilônico. E isso me levantou duas reflexões.
1) A atitude do salmista
ao descrever como eles estavam se sentindo, é a ação de quando saímos de alguma
situação triste, ruim, chata. Ele escreve: “estávamos como os que sonham”. Ao
sairmos de uma situação de isolamento, prisão, cativeiro, quarentena, é como se
estivéssemos sonhando. Afinal, aquilo que é o real. E nem parece com a outra “realidade”
que vivíamos.
Platão define bem isso na
sua alegoria da caverna. Ao sairmos da caverna, e olharmos tudo que é novo,
tudo que é belo, tudo que é perfeito, estaremos assim vivendo o mundo
inteligível, é essa sensação de felicidade, de alegria, se dá pelo simples fato
que agora temos como viver uma vida plena.
2) Ainda no capítulo do
texto em questão o autor escreve: “Aquele que leva a preciosa semente, andando
e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos.”
(v. 6)
Os judeus aprenderam que
uma situação de tristeza e sofrimento pode nos ensinar a termos uma nova
postura diante dos bons momentos. Fazendo algumas analogias e respeitando cada
situação, podemos dizer o mesmo do nosso momento. Se estamos cumprindo com as orientações
da OMS, em ficarmos isolados, se estamos cuidando uns dos outros ao vivenciar
essa quarentena, mesmo que isso cause sensações ruins. Mesmo que isso nos traga
tristeza e solidão. Estamos guardando a melhor parte para depois. Fazemos isso
com a ideia da alegria que teremos em ver nossos amigos e familiares saudáveis
e bem.
Os epicuristas ensinavam
que não devemos ter medo da morte, pois somente assim podemos viver uma vida
plena e aproveitar cada momento. Não é pra correr pra morte, mas apenas
entender que a vida é mais maravilhosa quando vivemos em totalidade.
Somente cumprindo com as orientações e crendo que em breve poderemos celebrar do mesmo jeito
que o povo de Israel:
“Então
a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico” (v.2).
Soli Deo Gloriae.
Naquele que defende
ficarmos em casa para protegermos os mais vulneráveis,
Ítalo Colares.
Um comentário:
Espero, em breve, celebrarmos!!!
Abraço, Ítalo!!!
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