Eu sou uma metamorfose ambulante...

Minha foto
Fortaleza, Ceará, Brazil
Nordestino que ama a terra onde pisa e a cidade onde nasceu. Eclético por formação e escolhas. Sempre buscando uma ideologia para viver, não para se apegar como verdade absoluta, apenas para viver... Um ser que valoriza a vida humana em sua plenitude.

quarta-feira, 25 de março de 2020

Isolar para depois celebrar!


“Quando o SENHOR trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham.”
Salmos 126:1

  Nesse período de quarentena em que fomos submetidos, tive a oportunidade de rever muitas coisas. Entre elas, minhas leituras espirituais e minhas reflexões sob uma perspectiva cristã.
O primeiro texto que li foi esse do livro de Salmos. E como achei pertinente para nossos dias. Aqui estamos falando de um período em que o povo de Israel celebrava a liberdade depois do cativeiro babilônico. E isso me levantou duas reflexões.

1) A atitude do salmista ao descrever como eles estavam se sentindo, é a ação de quando saímos de alguma situação triste, ruim, chata. Ele escreve: “estávamos como os que sonham”. Ao sairmos de uma situação de isolamento, prisão, cativeiro, quarentena, é como se estivéssemos sonhando. Afinal, aquilo que é o real. E nem parece com a outra “realidade” que vivíamos.
  Platão define bem isso na sua alegoria da caverna. Ao sairmos da caverna, e olharmos tudo que é novo, tudo que é belo, tudo que é perfeito, estaremos assim vivendo o mundo inteligível, é essa sensação de felicidade, de alegria, se dá pelo simples fato que agora temos como viver uma vida plena.

2) Ainda no capítulo do texto em questão o autor escreve: “Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos.” (v. 6)
Os judeus aprenderam que uma situação de tristeza e sofrimento pode nos ensinar a termos uma nova postura diante dos bons momentos. Fazendo algumas analogias e respeitando cada situação, podemos dizer o mesmo do nosso momento. Se estamos cumprindo com as orientações da OMS, em ficarmos isolados, se estamos cuidando uns dos outros ao vivenciar essa quarentena, mesmo que isso cause sensações ruins. Mesmo que isso nos traga tristeza e solidão. Estamos guardando a melhor parte para depois. Fazemos isso com a ideia da alegria que teremos em ver nossos amigos e familiares saudáveis e bem.
  Os epicuristas ensinavam que não devemos ter medo da morte, pois somente assim podemos viver uma vida plena e aproveitar cada momento. Não é pra correr pra morte, mas apenas entender que a vida é mais maravilhosa quando vivemos em totalidade.

Somente cumprindo com as orientações e crendo que em breve poderemos celebrar do mesmo jeito que o povo de Israel:
“Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico” (v.2).

Soli Deo Gloriae.
Naquele que defende ficarmos em casa para protegermos os mais vulneráveis,
Ítalo Colares.

Um comentário:

Wendel Cavalcante disse...

Espero, em breve, celebrarmos!!!
Abraço, Ítalo!!!