Olá amigos de caminhada...
Há um bom tempo queria ter tido a coragem de falar o que vou dizer por meio deste texto, afinal é a única forma que tenho com a possibilidade de não ter que olhar para expressões de desgosto, desprezo ou possivelmente pena.Há muito tempo estou com a toalha branca nas mãos, há muito tempo estou prestes a bater três vezes no chão, há muito tempo estou querendo como diz o bom cearense, “pedir arrego”. Depois de trezes anos na caminhada junto com a igreja evangélica, e depois de dezesseis anos de caminhada cristã, estou prestes a fazer como Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.”
Já não sou mais aquele menino que se inspirava com algumas palavras e saia pelo mundo com síndrome de “Dom Quixote”. Discursos bonitos só me deixam cada vez mais enfadado e entediado com tudo que a igreja diz que faz, mas na verdade não passa de teorias espirituais, como uma forma de alucinógeno para o povo, aqui cito Marx: “A religião é o ópio do povo.”
Já não acredito que o mundo fraturado precise ser curado de suas feridas, a cada dia percebo quem precisa de cura é justamente aquela que diz que tem a cura: a Igreja. Somos um bando de invejosos, gananciosos, hipócritas, falsos, mentirosos, que em alguns casos nos vendemos com títulos de honra e tapinhas nas costas. E disto o mundo já está de saco cheio. Quando olho para os meus colegas do curso de filosofia, percebo mais integridades do que muitos vice-presidentes e presidentes de igrejas evangélicas (não estou citando nomes, mas se a carapuça servir, por favor, use-a). A igreja precisa urgentemente por a roupa suja pra lavar e fazer como o grande mestre Jesus, ir de toalhas e bacias nas mãos, para lavar os pés de inúmeros irmãos e irmãs que estão profundamente magoados com a forma que os homens de (d)eus, levam os seus ministérios.
Não cobro perfeição, mas estou cobrando uma única coisa que deveria ser o pilar de toda uma irmandade, que é a sinceridade. Ser sincero com os outros, sem uso de “política”, sem uso de “me perdoe o que vou falar”, sem o uso de “não quero ofender ninguém”, afinal quando citamos um discurso mais pesado, é o contrário disso tudo que queremos fazer mesmo. Queremos magoar, ofender, entristecer, machucar, etc. Afinal, para algumas pessoas só assim elas tomam um “semancol”, e aí percebem os excrementos que estão fazendo.
A minha paciência já se esgotou com os que aparecem, e na verdade não tem nenhuma profundidade, são sofistas espirituais, que buscam tudo que o Cristo rejeitou: sucesso, fama e glória. Pastores, diáconos, líderes que disputam atenção, que na igreja fala uma coisa, mas na vida fazem outra, isso me irrita profundamente. Tive o desprazer de conhecer homens que fazem joguinhos de manipulação com suas esposas, de pastores “consagrados” que vivem com outras mulheres, diretores de instituições que assediam suas subordinadas, pessoas que trabalham com uma única intenção: ter dinheiro, que a meu ver não passam de PROSTITUTAS DE UM SISTEMA CAPITALISTA. Já não tenho paciência com cristãos alienados no sobrenatural, onde tudo é o diabo e Deus assiste tudo de forma passiva. Sou impaciente com discursos de pessoas que se dizem equilibradas e moderadas, mas que na verdade são conformadas pelo sistema eclesiástico e/ou político. Quem dera ter a coragem e uma arma como o Capitão Nascimento. O que tinha de visitas pra fazer, isso iria provavelmente me transformar num herói dos sem igreja.
Já não aspiro alguns títulos, e faz um bom tempo na qual não me preocupo com o que os outros vão pensar de mim, Sartre, me influenciou neste ponto “Não importa o que os outros dizem de mi, mas importa o que eu faço com aquilo que dizem de mim”. Se você gostar disso bem, se não então você tem a liberdade de não querer andar comigo, e vice-versa. As minhas atuais pretensões é simplesmente ser um bom marido, um ser que está em um eterno processo de mudança, um ser que não se conforma com o meio em que vive e que acredita em mudanças, afinal meu desafio é ser parecido com meu mentor mais: Jesus Cristo.
Enfim, estou cansado, estou entediado, estou pensando em desistir deste negócio de igreja, mas entendam, não estou abrindo mao de Deus. Penso que estou vivendo os meus melhores dias espirituais, tenho tido altos papos com Deus e tenho percebido sua presença cada vez mais forte em minha vida. Seu cuidado, seu amparo, seus “carões”, seus afagos, muitas vezes através da minha esposa, e outras vezes através dos meus alunos e ainda tenho os meus amigos, poucos, mais ainda assim, amigos.
E é a vocês que me dirijo, pois, é por vocês que neste exato momento entro em discrepância comigo mesmo. Pois mesmo diante disto tudo eu não quero JAMAIS, desistir da amizade de vocês. Penso que isso que me faz ter força pra continuar. E a vocês peço PERDÃO! E ainda peço mais uma coisa: ajudem-me a ver o lado bom das coisas, e que, por favor, não se transformem nestas pessoas nefastas que tanto repudio. E mais uma coisa peço: continuem me pastoreando, pois é disso que preciso.
Obrigado, por me ouvirem.
Com amor, Ítalo Colares.

4 comentários:
Nunca ví alguém desabafar com tanta realidade sobre uma verdade nua e crua dos nossos dias, não creio que esse seja um sentimento só seu, mas poucas pessoas tem coragem de expor seus sentimentos. Acho que o próprio Deus nos quer assim...Elo nos quer sinceros como só as crianças são capazes de ser...
É, cunhado... um desabafo e tanto....
Tb não estou mais me impressionando com belos discursos e palavras.
Creio q o amadurecimento está chegando e nos tranformando.
Um grande abraço!
Professor,belo desabafo!
Infelismente,a Igreja está se tornando isso tudo o que
você escreveu.
Mas a Paz e o Amor de Cristo sobre
nós é muito maior.
Paz de Cristo.
adorei sua sinceridade prof.,acabei d me tornar fã d seus escritos.Amo suas aulas,são um alimento!Paz do Senhor!!
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