Oi Ítalo, saudades de você amigo.
Tenho lido seus textos, esse último chegou a trazer lágrimas aos olhos. Tanto o que fala sobre ser diferente quanto o seu comentário referindo-se a seus amigos.
Luto há muito tempo para ser diferente, quero apenas Ser.
Para Sermos precisamos de todo um preparo. É como o surgimento de um bebê no ventre de uma mãe. Meses após meses um ser vai crescendo dentro dela, tomando forma humana e quando ele estiver pronto para conhecer o outro mundo (pois até então só conhecia o mundo do ventre da mãe) começam as dores do parto e as angústias do bebê porque terá que deixar aquele mundo tão protegido no momento do seu nascimento. Em meio a essa confusão e dores o ser humano chega a esse novo mundo chorando, chorando muito.
Na alma também é necessário uma preparação. De repente nos deparamos com dores, não são físicas, Porém nos surpreendemos dizendo baixinho "está doendo", "ai como dói aqui dentro do meu peito, é uma dor que arde e irradia por todo o meu ser." Dessas dores nasce um novo eu. Mesmo que quiséssemos ser como antes, não conseguiríamos mais.
Esse ser, nascido da alma, segue por essa vida sempre crescendo. As dores de nossas angústias, descobertas e conflitos nos acompanham durante toda essa jornada ajudando a pensarmos e olharmos com lágrimas o dilema da humanidade. A maioria dos humanos se comportam como se não notassem, não se importam uns com os outros.
Ao olhar a vida com olhar diferente, um olhar mais humano, cheio de misericórdia, sofremos por ver a maior parte das pessoas se comportando com zumbis nessa terra. Jesus certa fez disse: "Deixa os mortos enterrarem seus mortos." Hoje percebo como eles caminham para o nada, parecendo com mortos vivos.
Nossa tarefa de ajudar essas pessoas a acordar, muitas vezes nos leva à exaustão, a alma chora, dói, cansa. Porque contemplamos a face dos nossos irmãos, que seguem sem qualquer interesse de uma real mudança interior. Decidimos ajudá-los, mas como ajudaremos se a decisão de mudança tem que partir deles próprios?
Para Ser é preciso receber a marca da vida e esta dói como o ferro em brasa encostando em nossa pele. É a marca da dor e da humilhação que produz crescimento. Todavia a grande maioria dessas pessoas não quer receber essa marca, não quer acordar da anestesia alienante que o mundo oferece. Não desejam vasculhar o mais profundo do seu interior, porque essa atitude os levará a um ponto de partida: Uma corrida doída; e um ponto de chegada chamado mudança de direção.
Cabe a nós amigo, vivermos o que falamos, tesmunhando com nossa vida aquilo que Somos e acreditamos, fazendo a diferença no meio de homens e mulheres que caminham sem direção.
Receba meu abraço!
Marilene


Nenhum comentário:
Postar um comentário