Seguir em frente...

Hoje ao ligar o computador e acessar uma das redes sociais que participo, recebi a indicação de um filme: O líder da Classe ( Front of the class)

É um drama familiar sobre o homem que com Síndrome de Tourette desafia a todos a se tornar um excelente professor. É baseado em fatos reais.

Claro que me identifiquei a primeira vista. Afinal, ser um professor em nosso país já algo bem desafiador, ser um excelente professor e um desafio além do possível.

Brad, personagem central tem uma doença chamada Síndrome de Tourette que  é um distúrbio neuropsiquiátrico caracterizado por tiques múltiplos, motores ou vocais, que persistem por mais de um ano e geralmente se instalam na infância. Mas mesmo assim apesar de todas as desistências e obstáculos ele seguiu em frente e se tornou professor do 2º ano do Ensino Fundamental.

Como pensei em minha caminhada. Não tenho doença  neuropsiquiátrica, mas tive várias complicações que hoje poderiam me afastar de ser professor.

Sempre fui ridicularizado pela minha família. Meus irmãos, como sempre foram mais inteligentes do que eu, me chamavam de "Capitão 2" por sempre tirar notas baixas em disciplinas de matemáticas. Minha mãe, sempre fez questão de mostrar que os outros são melhor do que eu, não importa o que eu venha a fazer, ou quanto vá ganhar, sempre não sou bom o suficiente. Não posso falar nada sobre o meu pai, pois este o câncer retirou ele de mim quando eu tinha nove anos de idade.

Na infância as mães dos meus colegas impediam que eles andassem comigo, pois elas diziam que eu era uma péssima influência. Engraçado que casei sem ter filhos com minha esposa, nunca usei drogas, nem fui preso... O que não posso dizer dos meus colegas de infância.

Meus amigos sempre me viram e ainda me veem como um cara que não pensa antes de falar, alguns tem vergonha de mim por causa do meu jeito expansivo e outros só falam comigo por pura educação.

As igrejas que participei, me usaram enquanto eu me enquadrava no esquema, depois que percebi a podridão e que comecei a criticar elas não gostam muito da minha presença em seu seio.

E assim vou vivendo, acreditando que posso fazer a diferença mesmo que ninguém (exceto Karen Grace, minha esposa que amo) acredite em mim. Não aceito o que o anjo safado disse que eu ia ser errado assim, mas mesmo assim eu vou até o fim.... 

Onde será o fim, não sei, só sei que enquanto meus alunos gostarem das minhas aulas, e enquanto eu for influenciador na vida deles e decisões, eu vou continuar e não permitir que nenhuma trauma e nem distúrbio me impeça de viver esta profissão que tanto escolhi.

Assista o filme completo: https://www.youtube.com/watch?v=46RU7L7kThw&feature=player_embedded#!