Depois de algum tempo sem ler as Escrituras Sagradas, ontem a noite, quase já de madrugada, resolvi voltar a fazer minhas leituras. Comecei a ler a alguns livros que os religiosos dão pouca importância: Sofonias, Malaquias, Ageu, etc. Li e comecei a devanear..
Como o Deus do Antigo Testamento era cruel... Ele matava, ele destruía, ele tomava dos outros, lançava maldições e outras atrocidades típicas da divindades de sociedades antigas. Mas comecei a perceber uma certa coisa. Esse Deus tomava certas atitudes quando o povo que na qual ele escolheu era massacrado pelos seus opressores ou quando este mesmo povo tomava decisões que na qual não agradava muito a divindade.
Mas aí é que veio a ideia, e como eu não tinha percebido isto antes? O Deus do Antigo Testamento não era racional e sim passional. Suas paixões eram que dominavam suas atitudes. A mesma paixão que leva um casal de adolescentes a fazerem tolices. Um jovem declarar um amor utópico por um ídolo qualquer. Pais tomarem medidas mais rígidas em relação aos seus filhos. A paixão, essa sensação de posse, de que o que é meu deve ser protegido e cuidado por mim. Acredito que este Deus do Antigo Testamento ainda não estava pronto para um relacionamento mais racional, mais dialógico, mais participativo em relação ao seus fieis, assim como foi com o Deus do Novo Testamento, que tinha suas paixões mas sempre fora guiado pelas suas razões.
Então percebi o quanto somos passionais em nossas relações. Aristóteles, filósofo grego, em sua obra Retórica entendia por paixões, “tudo o que faz variar os juízos, e de que se seguem sofrimento e prazer”. Logo, quando sinto cólera, quando se sente o desejo de vingança , de uma humilhação ou insulto. sinto ódio quando, a qualquer preço, desejo a destruição de alguém, mesmo que eu não seja testemunha do mal que esse alguém sofre. Ou seja, isso faz parte do que somos, e segundo a Bíblia, Deus nos criou a sua imagem e semelhança, logo me pergunto será que determinadas atitudes que tomamos não pelo simples fato que herdamos isso do nosso criador? Assim, determinadas posturas não deveriam ser condenadas e nem extirpadas, apenas compreendida como uma condição humana herdade do criador. (A ideia de bom e mau vem com a questão ética, que na qual é influenciada por diversos fatores, mas isso não é o objetivo do texto.)
Por que a pergunta do título do texto? Bem geralmente entende-se por virtude uma qualidade moral particular, isto é, definida por um grupo social, de acordo com os valores vigentes de uma determinada sociedade e é externada individualmente. E vício é entendido como: uma desaprovação de uma atitude que significa falha ou defeito frente aos valores vigentes de uma determinada sociedade e também é externada individualmente.
Quem pensa que estou a fim de responder esta questão acha que não veio ao lugar certo... E aí suas paixões são seus vícios ou suas virtudes... Eu sei quais são as minhas?
Naquele que sou apaixonado e viciado e na qual me deu virtudes,
Ítalo Colares.
Soli Deo Gloriae.

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